Se
há alguém que pode dar dicas de como administrar uma longa viagem a dois,
fazendo disso uma experiência enriquecedora, certamente é o casal Adriano e Sílvia
Bolzani. Juntos, eles já passaram um ano inteiro viajando pelo mundo. A
experiência mais recente foi uma road trip de 60 dias pela América do Sul, onde,
a bordo de uma Mitsubishi Pajero 4x4, encararam mais de 20mil km de estrada. A
viagem começou em São Paulo, passou por cidades e pontos turísticos do Chile,
Paraguai, Bolívia, Argentina e foi até o Ushuaia, extremo sul do continente.
Com
o objetivo de aproveitar ao máximo, todos os dias acordavam muito cedo e
dormiam tarde. Um dos grandes desafios foi percorrer toda essa quilometragem
sem apoio de um segundo veículo, ou seja, estavam sozinhos caso ocorresse
qualquer eventualidade, fazendo dessa expedição uma verdadeira aventura.
Para
muitos casais, passar 60 dias juntos em uma viagem pode ser motivo de tensão e
discórdia, no entanto o experiente casal Bolzani superou qualquer
diferença: “A convivência intensa pode gerar pequenos atritos no decorrer
de uma jornada longa como essa, por isso é muito importante o fator negociação.
Soubemos de um casal que se aventurou em um passeio semelhante e rompeu depois
de poucos dias. Embora tenhamos, na maioria das vezes, um ritmo semelhante e
gostemos das mesmas coisas, há muito o que se decidir em uma viagem desse
porte”, conta Sílvia.
As
decisões são feitas a todo o momento, desde que horas acordar, quais passeios
fazer até o que e quando comer, assim como questões relacionadas aos momentos
em que um dos dois está com o humor um pouco alterado, seja por causa de sono,
fome ou qualquer indisposição física.
“Como
já fizemos outras viagens longas e passamos muitas horas juntos, estávamos
preparados. Apesar de parecer clichê, o segredo para lidar bem com isso é amor,
respeito e paciência. A maturidade é outro fator muito importante: quando somos
mais jovens, é comum brigarmos por coisas pequenas e pouco importantes.
Atualmente, temos uma visão mais clara do que realmente importa e conseguimos
relevar as pequenas diferenças. É o conceito de prestar atenção na floresta
toda, ao invés de ficar olhando uma única árvore”, explica Adriano.
Uma
viagem de longa permanência pode agregar muito na vida de um casal, já que pode
mostrar a importância da qualidade do tempo que passam juntos. Sem falar que é
uma ótima oportunidade de interação mais profunda, além de auxiliar o
conhecimento mútuo.
Como
exemplo, Sílvia ama altura, enquanto Adriano tem verdadeira fobia. Por isso, em
muitas situações, foi necessário negociar. Silvia conta que já saltou de
paraquedas duas vezes e pretende saltar novamente. Certa vez, ela teve a
oportunidade de fazer um passeio de balão para sobrevoar as vinícolas do
Colchagua, no Chile. O casal, então, chegou ao acordo de que Sílvia se
aventuraria sozinha e Adriano ficaria em terra firme, registrando a experiência
com o drone. No final, ventou muito no dia combinado e o passeio foi cancelado.
De qualquer maneira, é um bom exemplo de como eles superaram suas diferenças.
“A
arte de se relacionar requer muitos desafios e exige um constante aprendizado.
Saber administrar os conflitos e demonstrar nossas vulnerabilidades pode tornar
o vínculo do casal ainda mais estreito, pois permite que o outro acolha nossas
fragilidades e isso passa a ser recíproco. Isso é muito libertador para o
processo de aceitação do outro e de si mesmo”, explica a psicóloga, Dra.
Thaiana F. Brotto.
Em
uma viagem, imprevistos sempre acontecem, inclusive acidentes: Ao fazer uma
trilha em Ushuaia, na Argentina, Adriano tomou um tombo. Havia chovido demais
nos dias anteriores e a caminhada foi em meio a muita lama. O casal carregava
muitos equipamentos fotográficos e, já no final do passeio, ele escorregou e
afundou com a mala que continha as lentes.
“Foi
difícil limpar tudo e precisamos buscar uma lavanderia para tirar toda a lama
das roupas que ele estava usando. Outra situação delicada foi a falta de
estrutura em algumas estradas por onde passamos: percorríamos muitos
quilômetros sem avistar, sequer, um posto de gasolina. O jeito era improvisar.
Difícil manter o romantismo nessas horas”, lembra Sílvia, bem-humorada.
Para
enfrentar todas as situações desagradáveis, o casal conta que tentava manter o
bom humor e procurar se divertir com as adversidades, já que isso ajudava a
reduzir a real dimensão delas.
Para
aqueles casais que desejam fazer uma viagem longa, como a vivida por Adriano e
Sílvia, é necessário ter consciência dos muitos desafios que poderão surgir.
Ambos precisam estar preparados para todos os riscos envolvidos. São muitas as
variáveis: financeira, emocional, cultural, possíveis problemas de saúde e de
mecânica do automóvel. A melhor forma de lidar com tudo isso é ter alguns
acordos prévios sobre como tratar e resolver as questões mais importantes.
Segundo Sílvia,
os gastos da viagem foram controlados centavo por centavo, através de uma
planilha preenchida diariamente: “Isso nos ajudou a traçar um comparativo
por tipo de despesa e, com isso, ter um controle mais efetivo sobre elas.
Administrávamos como fazemos normalmente: equilibrando os excessos de um dia
com a economia que fazíamos nos seguintes”, explica.
Essa
não foi a primeira viagem longa que fizeram juntos. Eles afirmam que o melhor é
perceber, ao final de cada experiência, que querem planejar as próximas
aventuras juntos.
Mais
informações em https://suasproximasviagens.com.br
Crédito da imagem: Divulgação.
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