Na
Semana Nacional de Conscientização sobre a Cardiopatia Congênita, a ONG Círculo
do Coração, que há 25 anos cuida de crianças cardiopatas no Nordeste, realiza
uma programação para lembrar a importância diagnóstico precoce para o
tratamento de um problema de saúde que atinge um em cada 100 bebês no
Brasil.
A
atividade acontece no próximo domingo (09/06), no 2º jardim de Boa Viagem. A
concentração começa às 15h, com aferição de pressão arterial e saturação
de oxigênio e orientação médica sobre cardiopatias congênitas. A saída da
caminhada acontece às 16h, em ritmo leve, pela areia da praia. Às 17h,
será realizado um aulão de Yoga. Durante toda a programação, das 15h às
18h, será realizada uma campanha de doação para aquisição de aparelho de
eletrocardiograma para a Casa do Coração, espaço que vai realizar o atendimento
ambulatorial gratuito de crianças e gestantes. As inscrições podem ser feitas
no site http://www.circulodocoracao.com.br ,
com uma taxa simbólica de R$10.
A
cardiologista Sandra Mattos, especialista em cardiologia pediátrica fetal, pode
falar sobre o assunto. Temos famílias de pacientes que podem ser personagens
para ilustrar a matéria. Em anexo, fotos de dois pacientes.
Natalia
Xavier, 12 anos, sua cardiopatia congênita é atresia tricúspide, que é a
ausência da válvula tricúspide acompanhada por ventrículo direito hipoplásico.
O diagnóstico é por ecocardiografia. O cateterismo cardíaco pode ser
necessário, mas o tratamento definitivo é correção cirúrgica. Natália fez
cirurgia de Glenn pequenininha e está também se preparando para a cirurgia de
Fontan.
Artur
Lucas de França, tem 26 anos e é acompanhado pela UCMF desde os primeiros dias
de vida. É um dos primeiros pacientes da ONG Círculo do Coração. Sua
cardiopatia congênita é Tetralogia de Fallot, problema que causa fluxo de
sangue pobre em oxigênio para fora do coração e para o resto do corpo. Os
fatores de risco incluem uma doença viral como a rubéola durante a gravidez,
alcoolismo materno ou histórico familiar da doença. Os sintomas incluem pele
azulada e falta de ar. A cirurgia costuma ser realizada no primeiro ano de
vida, seguida de tratamento contínuo. Artur trabalha como voluntário no Circor.
Ele desenha os personagens dos livros que a ONG distribui gratuitamente e
ilustra os vídeos educativos utilizados para educar e conscientizar as crianças
cardiopatas.
Saiba
mais sobre as cardiopatias congênitas:
No
Brasil, uma em cada 100 crianças nasce com alguma alteração na estrutura ou na
função do coração. Por ano, cerca de 28 mil crianças nascidas no país são
cardiopatas, representando 1% da população. Pelo menos 23 mil desses
bebês precisam de atendimento diferenciado e de cirurgia cardíaca. No entanto,
estima-se que 18 mil deles (78%) sequer recebem o tratamento, muitas vezes por
falta de diagnóstico, aumentando os índices de mortalidade neonatal.
Cardiopatia
Congênita é qualquer anormalidade na estrutura ou função do coração que surge
nas primeiras 8 semanas de gestação, período em que se forma o coração do bebê.
Ocorre por uma alteração no desenvolvimento embrionário da estrutura cardíaca,
mesmo que descoberto anos mais tarde. As cardiopatias congênitas mais comuns
incluem alteração em alguma válvula cardíaca, que influencia no fluxo sanguíneo
dificultando ou impedindo sua passagem, alterações nas paredes do coração
levando a comunicações cardíacas que não deveriam existir e mistura do sangue
oxigenado com o não oxigenado ou ainda a formação de um único ventrículo. Pode
ainda haver a combinação de malformações.
O diagnóstico precoce pode salvar a vida da criança, principalmente em cardiopatias mais graves, quando o parto deve ser planejado e a criança precisa ser operada nos primeiros dias de vida. As cardiopatias congênitas podem ser prevenidas em parte através da vacinação contra a rubéola e do consumo de ácido fólico. Algumas cardiopatias não necessitam de tratamento. Outras podem ser tratadas de forma eficaz com procedimentos com cateteres ou cirurgia cardiovascular. Em alguns casos podem ser necessárias várias cirurgias. Em outros, podem ser necessários transplantes de coração. Com tratamento apropriado, o prognóstico é geralmente bom, mesmo dos problemas mais complexos.
As
cardiopatias podem ser suspeitadas durante a gestação pelo ultrassom
morfológico e confirmadas pelo ecocardiograma fetal ou ainda com a ajuda do
teste do coraçãozinho, que é feito na maternidade. Outra forma de diagnóstico é
por exame físico realizado pelo pediatra com ajuda de exames complementares
como raio x de tórax, eletrocardiograma, ecocardiograma, cateterismo, holter de
24h e angiotomografia.
Teste do Coraçãozinho
Incorporado
aos testes de triagem em neonatais do SUS, em 2014, o Teste do Coraçãozinho é
um exame simples, indolor, rápido e não invasivo, que pode indicar a
probabilidade da criança ter uma cardiopatia congênita grave.Também chamado de
Oximetria de Pulso e recomendado pela Sociedade Brasileira de Pediatria, o
teste deve ser feito ainda na maternidade, antes da alta do bebê, como triagem
de rotina para os recém-nascidos. Ele mede a concentração de oxigênio no sangue
e pode detectar um defeito cardíaco, para que a criança inicie o tratamento o
mais rápido possível.
Ultrassom mortofológico
Quando
realizado com mais atenção ao coração do bebê, neste exame o médico pode
desconfiar de alguma malformação cardíaca e encaminhar a gestante para a
realização de um ecocardiograma fetal, para um ultrassom do coração do feto que
mostre o defeito cardíaco.
Eco fetal
É
realizado após a 20ª semana de gestação. É também indicado para todas as
gestantes consideradas de risco: com idade superior a 35 anos, que tenha tido
outros filhos cardiopatas, portadoras de diabetes ou lúpus, com feto que tenha
outras alterações ou com suspeita de síndromes, dentre outros motivos.
Sintomas
Nos
bebês, os sintomas podem ser notados durante as mamadas, quando há o cansaço
excessivo e transpiração, o que também pode acontecer durante o sono.
Dificuldade no ganho de peso, irritação frequente e ainda cianose, que é
caracterizada pela ponta dos dedos e/ ou lábios arroxeados. Em crianças
maiores, o cansaço pode ser notado durante as atividades físicas ou até mesmo
na dificuldade de acompanhar o ritmo de outras crianças, crescimento e ganho de
peso de forma inadequada, infecções pulmonares repetidas, taquicardia ou ainda
lábios roxos e pele pálida quando brinca muito. Pode haver ainda episódios de
desmaios precedido de tontura, visão turva, dores no peito e mal-estar.
Principais causas
As
cardiopatias congênitas não têm causa definida, ocorrem pela interação de
fatores genéticos e ambientais. No entanto, está comprovado que existem algumas
situações que podem contribuir para o aumento do risco dessa condição. Mães com
mais de 35 anos, históricos de filhos anteriores cardiopatas, mães diabéticas,
portadoras de lúpus e hipotireoidismo, mães que apresentaram toxoplasmose ou
rubéola ou aquelas que fizeram uso de anticonvulsivos, antiinfamatórios, ácido
retinóico, lítio durante a gravidez podem aumentar as chances de alterações na
formação do coração do feto. Gravidez de gêmeos, múltiplos ou fertilização in
vitro também podem ter influência.
Complicações
Algumas situações verificadas em ultrassom merecem ser mais bem investigadas com exames específicos. Fetos que apresentem alteração na translucência nucal (detectada no ultrassom de 12 semanas) ou malformação em algum outro órgão ou fetos com suspeita de síndromes ou defeitos genéticos merecem atenção redobrada. As síndromes mais comumente associadas à cardiopatia são: Síndrome de Di George, Síndrome de Down, Síndrome de Edwards, Síndrome de Marfan, Síndrome de Noonan, Síndrome de Patau, Síndrome de Turner e Síndrome de Williams Nos casos das situações listadas, a realização do ecocardiograma fetal é muito importante, mesmo que o ultrassom morfológico esteja normal. Assim podemos detectar ou excluir uma cardiopatia e programar o nascimento do bebê, proporcionando uma gravidez mais tranquila para toda a família.
Algumas situações verificadas em ultrassom merecem ser mais bem investigadas com exames específicos. Fetos que apresentem alteração na translucência nucal (detectada no ultrassom de 12 semanas) ou malformação em algum outro órgão ou fetos com suspeita de síndromes ou defeitos genéticos merecem atenção redobrada. As síndromes mais comumente associadas à cardiopatia são: Síndrome de Di George, Síndrome de Down, Síndrome de Edwards, Síndrome de Marfan, Síndrome de Noonan, Síndrome de Patau, Síndrome de Turner e Síndrome de Williams Nos casos das situações listadas, a realização do ecocardiograma fetal é muito importante, mesmo que o ultrassom morfológico esteja normal. Assim podemos detectar ou excluir uma cardiopatia e programar o nascimento do bebê, proporcionando uma gravidez mais tranquila para toda a família.
Fonte: Sociedade
Brasileira de Cardiologia.
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