Silencioso,
o glaucoma é uma doença que pode levar à cegueira se não tratado a tempo.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), são registrados 2,4 milhões de
novos casos por ano em todo o mundo – que possui cerca de 60 milhões de pessoas
com a doença. Só no Brasil, cerca de um milhão de pessoas tem a visão afetada
devido ao glaucoma. O quadro ganha contornos preocupantes a partir de dado da
Sociedade Brasileira do Glaucoma segundo o qual 1/3 dos brasileiros com mais de
16 anos nunca foi ao oftalmologista.
“O
grande perigo do glaucoma é que ele leva à cegueira de forma silenciosa. A
pessoa vai ficando cega aos poucos, sem perceber, da periferia para o centro da
visão, de forma que não é fácil ser percebida até que o quadro já esteja
extremamente avançado. Isso leva o paciente a bater nas laterais de mesas, por
exemplo, ou não conseguir perceber um carro ou uma pessoa que se aproxime pela
lateral”, explica a oftalmologista Nara Galvão, do Hospital da Visão de
Pernambuco – HVISÃO.
“O
glaucoma é uma doença severa que, em geral, está relacionada ao aumento da
pressão de dentro do olho (pressão intraocular), danificando as estruturas
nervosas do olho e destruindo o nervo óptico, o que causa a perda de visão e
leva à cegueira. É considerada a segunda causa mais importante de cegueira
irreversível no mundo”, explica Nara Galvão.
O
glaucoma é uma doença hereditária. As pessoas mais propensas a desenvolvê-lo
são aquelas com mais de 40 anos, com casos na família, míopes que utilizam
lentes acima de seis graus e diabéticos que já tiveram traumas ou doenças
intraoculares. Além desses fatores, o uso prolongado de corticóides também pode
contribuir para o surgimento da doença – principalmente, se a droga for
aplicada diretamente nos olhos. “Pode acontecer em qualquer faixa etária,
inclusive o bebê pode nascer portador da doença, um quadro antigamente chamado
de ‘olho de boi’, pois o olho fica em tamanho aumentado. Também em qualquer
sexo ou raça, sendo que, em negros, ela se manifesta mais precocemente, de mais
difícil controle e progressão mais rápida para a cegueira. Lembrando que todos
nós somos extremamente misturados racialmente, e temos muita herança negra”,
explica a oftalmologista.
O
tratamento inicial para o glaucoma é clínico, feito por meio de colírios.
Também pode envolver o uso de lasers e cirurgias. “A cirurgia, ou qualquer
outro tipo específico de tratamento, será definido pelo oftalmologista
especializado em glaucoma, que irá decidir, em função do estado da doença e da
quantidade de perda visual dos níveis pressóricos, entre outros fatores”,
explica Nara.
Para
evitar chegar à perda da visão, a recomendação é consultar o oftalmologista com
regularidade. Principalmente, a partir dos 35 anos de idade, uma vez que o
diagnóstico precoce é fundamental para o controle do glaucoma. “A escolha de um
especialista é essencial, em um serviço moderno que disponha dos exames que
podem auxiliar nessa detecção precoce”, explica Nara Galvão.
Segundo
a profissional, também é preciso valorizar a seriedade da doença. “Muitas
vezes, fica difícil convencer um indivíduo que não sente nada e que acha que
está ‘vendo tudo’ que ele precisa comprar um colírio, muitas vezes caríssimo,
ou se submeter a um procedimento cirúrgico. Precisamos mostrar a severidade
dessa patologia, fazendo campanhas para chamar a atenção para o caráter irreversível
e progressivo da cegueira e, ao mesmo tempo, mostrarmos que, quando bem
tratada, permitirá que a pessoa conviva em harmonia com o glaucoma, sem perder
esse bem tão precioso que é a visão”, explica. “O glaucoma é considerado uma
doença que não tem cura, mas tem controle. E quando bem controlado, o paciente
pode viver bem e enxergando a vida toda”, completa a oftalmologista Nara
Galvão.
Texto informativo: Brava Comunicação.
Imagens: Internet/Reprodução.
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