Pernambuco
ocupa atualmente o segundo lugar no País em transplantes de coração e medula
óssea. No próximo dia 27, acontece o Dia Nacional da Doação de Órgãos. A data
tem como objetivo conscientizar a população para a importância da iniciativa,
que pode salvar muitas vidas, a exemplo do que aconteceu recentemente com o
falecimento da jornalista Juliana Cuentro: cinco pessoas que precisavam de
transplantes ganharam uma nova oportunidade de vida devido ao gesto da
profissional, que era doadora de órgãos. Apoiar
a doação de órgãos é um ato simples, conforme explica o hepatologista Cláudio
Lacerda, chefe do programa de transplante de fígado do Hospital Universitário
Oswaldo Cruz (HUOC), em parceria com o Hospital Jayme da Fonte. “É importante
informar a família sobre a decisão, manifestando claramente esse desejo. Além
disso, é essencial que sejam realizadas campanhas de conscientização de forma
continuada”, explica o médico.
O
Hospital Jayme da Fonte é referência na realização de transplantes hepáticos e
na cirurgia de captação de múltiplos órgãos, contando com uma Comissão
Intra-hospitalar voltada para a identificação de possíveis doadores. A comissão
é formada por profissionais capacitados que avaliam os pacientes que estão
evoluindo para a morte encefálica e comunicam à Central de Transplantes de
Pernambuco (CT-PE), órgão responsável pelo cadastro de receptores na lista de
espera para transplantes e distribuição dos órgãos.
Após
ser notificada sobre potenciais doadores com diagnóstico de morte encefálica, a
CT-PE inicia o processo logístico para a captação do órgão e realização do
transplante. “É importante reforçar que todo o procedimento para doação de
órgãos deve passar pela CT-PE para manter a integridade das ações”, explica o
hepatologista Cláudio Lacerda.
Segundo
a enfermeira da Central de Transplantes Jaqueline Diniz, para que a doação
aconteça, é necessário confirmar a morte encefálica do paciente por meio de um
rígido protocolo, que envolve avaliação médica e realização de uma série de
exames. Já com o termo de autorização assinado, a CT-PE encaminha o órgão para
um receptor compatível, obedecendo à ordem da lista única do Estado. Não
havendo compatibilidade, o órgão entra na lista nacional.
Existem
dois tipos de doação. Uma delas é a que é feita entre doadores vivos, que
somente podem doar órgãos duplos ou partes de órgãos – cuja retirada não vai
causar danos ao doador –, a exemplo dos rins ou parte do fígado. A outra, entre
doadores falecidos, que são pacientes que evoluíram para a morte encefálica –
quando não há mais atividade cerebral, mas os órgãos continuam em
funcionamento. Estes podem doar coração, pulmão, fígado, pâncreas, intestino,
rim, córnea, veias, ossos, pele e tendão.
Qualquer
pessoa pode doar seus órgãos e tecidos, e beneficiar até sete pessoas, mas é
preciso não ter passado por doenças que possam ter contaminado ou que
prejudiquem o funcionamento do órgão. De acordo com a legislação dos
transplantes brasileira, a doação deve ser consentida pelo familiar de até 2º
grau compatível.
NÚMEROS
– Segundo o hepatologista Cláudio Lacerda, a previsão é que a Unidade de
Transplante de Fígado do HUOC realize 130 transplantes este ano, totalizando
1.000 transplantes ao longo dos 16 anos de atividade da Unidade, o que a
consolida entre as três maiores do País. “Com curva de crescimento que deverá
nos colocar em segundo ou mesmo em primeiro lugar nos próximos anos”, ressalta
Cláudio Lacerda, chefe do programa de transplante de fígado do Hospital
Universitário Oswaldo Cruz (HUOC), em parceria com o Hospital Jayme da Fonte.
Segundo
a Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO), Pernambuco está em
segundo lugar no número de transplantes de coração e medula óssea no Brasil,
ficando atrás somente de São Paulo. Entre janeiro e junho de 2015, foram
realizados 25 procedimentos de coração no estado – o número iguala as doações
realizadas durante todo o ano de 2014. Já no caso de medula óssea, foram 111
procedimentos no primeiro semestre – em 2014, foram 113 no mesmo período e 214
ao longo de todo o ano.
Outro
destaque é que Pernambuco é o primeiro lugar no Nordeste e sexto no País no
número de transplantes de rim, com 170 procedimentos realizados nesse primeiro
semestre – em 2014, foram 137 transplantes no mesmo período. Atualmente, 1.298
pessoas estão na fila de espera no Estado. Desse total, 1.068 esperam por um
rim, 115 por uma córnea, 78 por um fígado, 30 por um transplante de medula
óssea e 6 de um coração, além de uma pessoa na fila por pâncreas/rim.
Brasil
Verde – Durante a Semana Nacional de Doação de Órgãos e Tecidos, o
Hospital Jayme da Fonte, no Recife, iluminou de verde sua fachada principal. A
campanha Brasil Verde, da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos
(ABTO), busca aumentar o número de doadores em todo o país. O Dia Nacional do
Doador de Órgãos e Tecidos é comemorado neste domingo (27). O Hospital Jayme da
Fonte é referência em transplantes de fígado, já tendo realizado 739 cirurgias.
Fonte:
Texto informativo Brava Comunicação.
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