Quando
uma criança nasce antes das 37 semanas de gestação, a medicina a enquadra como
prematura1 e, a partir desse momento, são necessários
avaliações e cuidados que variam de acordo com a idade gestacional do bebê. A
família também necessita de uma atenção especial pois, independentemente do
quão prematura a criança é, o medo e insegurança dos pais em relação aos
próximos passos é imenso. Mas atenção! Justamente pela fragilidade da situação,
é preciso que tanto médicos quanto familiares tenham em mente que as decisões
tomadas na UTI Neonatal podem influenciar o futuro da criança por toda a vida1.
De
acordo com a literatura médica, é utilizada uma classificação para identificar
o grau de prematuridade da criança, que vai de prematuros extremos (com menos
de 28 semanas de gestação) aos prematuros tardios (nascidos entre a 34ª e a 37ª
semana)1.
Além
da delicadeza, a maioria deles têm em comum problemas respiratórios, já que o
pulmão não está adequadamente desenvolvido, pois costuma ser o último órgão a
se formar. “O pulmão imaturo tem déficit de alvéolos e em sua formação
vascular, por isso não consegue fazer a transição adequada do útero para o
mundo, sente dificuldades de fazer trocas gasosas e falta surfactante para a
respiração”, reforça a neonatologista e professora da Universidade Federal de
Pernambuco, doutora Jucille Meneses.
“Principalmente
em prematuros extremos e muito prematuros a maturidade incompleta dos pulmões é
a causa mais importante de admissão na UTI neonatal”, esclarece Jucille. Essas
crianças podem apresentar apneia, síndrome de dificuldade respiratória (SDR) e
até taquipneia transitória (pulmão úmido)1, por isso precisam passar
por intervenções durante o período na unidade de terapia intensiva que auxiliam
na sobrevivência.
Procedimentos
que salvam mais do que a vida
Diversos
países na Europa têm realizado técnicas minimamente invasivas para a
administração de surfactantes (LISA/MIST). Essas têm como principal
característica a não intubação do paciente, eliminando, portanto, as
complicações que os outros métodos como o INSURE, que necessita da intubação,
podem causar4,5.
“Não
basta mantê-los vivos, temos que manter sua qualidade de vida. Estudos mostram
que a técnica LISA pode eliminar a necessidade de intubação para a distribuição
de surfactantes e reduzir a ventilação mecânica, com suas morbidades
relacionadas a longo prazo”, explica o professor doutor Sérgio Marba, Diretor
da Divisão de Neonatologia da UNICAMP.
“Pode
ser que o paciente em questão não tenha indicação para o procedimento menos
invasivo e necessite de intubação (INSURE), mas isso deve ser definido após uma
avaliação. O especialista deve sempre que possível, escolher procedimentos
menos invasivos que preservem a saúde e a qualidade de vida do paciente. Vale
lembrar que a prematuridade não é doença, mas sim uma condição passageira”,
complementa.
Crédito do texto: Burson-Marsteller/Imagens:
Reprodução.
Referências
Manual
de neonatologia. Secretaria do Estado de São Paulo. Agosto, 2015. https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/3905402/mod_resource/content/1/manual_de_neonatologia.pdf.
Acesso em 22/07/2018.
Síndrome
do desconforto respiratório agudo: definição. Barbas CSV, Matos. http://www.sopterj.com.br/wp-content/themes/_sopterj_redesign_2017/_revista/2011/n_01/01.pdf.
Acesso em: 22/07/2018.
Dargaville
P et al. ADC F&N 2011;96:F243-F248. Aguar M et al. Neoreviews 2014
Kribs
et al. Pediatric Anesthesia 2007: 17: 364-369
Wu
et al. Pediatr Pulmonol. 2017; 52 844-54
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