As
obras complementares e remanescentes do Cais do Sertão, um dos mais modernos
centros culturais do Brasil, serão entregues nesta sexta-feira (6) pelo Governo
de Pernambuco. Trata-se do segundo módulo do equipamento, um bloco elevado de
concreto com aproximadamente 5,5 mil metros quadrados, anexo ao Museu Luiz
Gonzaga, que conta com salas de aula para cursos, auditório multiuso com 232
lugares, espaço para exposições temporárias, jardim suspenso, um bar/café no
térreo e um restaurante na cobertura com vista para o mar, para o Porto do
Recife e a cidade, além de um luxuoso vão livre de cerca de 60 metros, o
segundo maior da américa Latina. As obras, orçadas em R$ 25,4 milhões, foram
executadas pela Secretaria de Turismo, Esportes e Lazer de Pernambuco, por meio
do Programa de Desenvolvimento do Turismo (Prodetur), com recursos do Banco
Interamericano de Desenvolvimento (BID).
A
ideia de trabalhar a atmosfera do Sertão norteou todo o projeto arquitetônico
do Centro Cultural e Museu Cais do Sertão, instalado na área do antigo armazém
10 do Porto do Recife. Idealizado pelo arquiteto Marcelo Ferraz, colaborador de
Oscar Niemeyer e idealizador de projetos como o Sesc Pompeia, em São Paulo, o
equipamento foi planejado para reproduzir o Sertão em toda sua vastidão e
profundidade de cor. Desde o concreto pigmentado em tons quentes de amarelo até
a utilização dos cobogós na construção, tudo foi pensado para trazer a região
para o Litoral. O espaço dialoga sobre as tradições do universo sertanejo em
uma edificação de concreto aparente, propositalmente pensado pela ótica da
durabilidade, simplicidade e manutenção.
“A
arquitetura do Cais do Sertão é extremamente moderna. Entregamos o primeiro
módulo em 2014, ainda no governo Eduardo Campos, e agora estamos entregando o
segundo, consolidando esse equipamento de economia criativa como um dos mais
arrojados do país”, explica o secretário executiva do prodetur, Manuela
Marinho.
Especificamente
para o segundo módulo, mais de dois mil cobogós foram produzidos artesanalmente
e diariamente na obra. Os cobogós, medindo 1m X 1m cada peça, são vazados em um
desenho que simula as galhadas das árvores do Sertão. A incidência da luz do
sol sobre o conjunto de cobogós cria uma sombra no interior do equipamento
reproduzindo a vegetação da caatinga.
Na
estrutura do prédio também é destaque o projeto paisagístico na cobertura,
reduzindo a carga térmica na laje. A cobertura e proteção térmica no telhado
viabilizou a implantação do restaurante com área climatizada e paisagística, e
uma das vistas mais belas da cidade do Recife. Todo o equipamento é gerido,
desde 2016, pela Secretaria de Turismo, Esportes e Lazer de Pernambuco, por
meio da Empresa de Turismo de Pernambuco (Empetur).
O
Centro Cultural está sendo inaugurado com três exposições, que terão duração de
dois meses (julho e agosto), e estarão abertas para visitação no horário de
funcionamento do museu. As exposições são: “Ela musa Artista”, uma coletânea de
arte feminina; “Autovacilo”, com pinturas do coletivo Vacilante; e “Avoenga”,
uma exposição com trabalhos de Ariano e Dantas Suassuna.
MUSEU
O
Museu Luiz Gonzaga propõe a interatividade dos visitantes com objetos do
universo sertanejo e representativos da figura do mestre Luiz Gonzaga. O Cais
do Sertão, instalado no antigo Armazém 10 do Porto do Recife, é um local de
convivência, diversão e conhecimento, polo gerador de novas ideias e
experiências. O Cais traz para a beira mar da capital do Estado um pouco do
solo rico e generoso da cultura popular do Sertão. Apenas no primeiro semestre
de 2018, o museu recebeu mais de 30 mil visitantes.
CENTRO
CULTURAL/SALAS DE EXPOSIÇÕES:
SALA
SÃO FRANCISCO (2º pavimento): sala com dimensão de 444 m², climatizada e com
iluminação básica de exposição, elaborada para o recebimento de exposições
temporárias;
SALA
PAJEÚ (3º pavimento): sala multiuso com dimensões de 146 m²;
SALA
MOXOTÓ (3º pavimento): sala multiuso com dimensões de 146 m²;
SALA
CARIRI: sala com dimensões de 146 m² programadas para servir de apoio,
reserva técnica e laboratórios de conservação e restauro das peças do Museu do
Centro Cultural Cais do Sertão e sala do Educativo para a realização de cursos,
oficinas, seminários e palestras.
PROGRAMAÇÃO
DAS SALAS:
SALA
SÃO FRANCISCO: “Ela musa Artista” – Produção artística feminina do acervo do
Museu do Estado. Com o objetivo de falar sobre a arte feminina, a curadoria
selecionou parte importante do acervo adquirida por anos pelo Mepe. Na
exposição estão sendo apresentadas obras da década de 1940 até a atualidade.
Peças de artistas como Teresa da Costa Rêgo, Marianne Peretti, Maria Carmem,
Guita Charifker, entre outras. A exposição conta com o patrocínio da Cepe.
SALA
MOXOTÓ: “Autovacilo” – Trabalho realizado pelo coletivo Vacilante com a
curadoria da Casa Navio. A exposição conta na sua grande maioria com pinturas,
além de apresentação de uma banda dando tons diferenciados à exposição. Além da
sala, o coletivo Vacilante utilizará o vão livre do Centro Cultural no dia
29/07. A exposição conta com o patrocínio de Suape.
SALA
PAJEÚ: “Avoenga” – Trabalho assinado pelo artista plástico Manuel Dantas
Suassuna, filho de Ariano Suassuna. A exposição conta com quadros, objetos
cênicos e projeção de desenhos dos Suassunas (Manuel e Ariano). A exposição tem
trilha sonora original criada pelo músico e produtor Berna Vieira. A mostra é
patrocinada pela Compesa.
FUNCIONAMENTO
O Centro Cultural Cais do Sertão opera no
horário das 9h às 17h, de terça a sexta-feira, e das 13h às 17h aos sábados e
domingos. Os ingressos custam R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia), para estudantes
com comprovação e jovens de até 24 anos. Crianças com até cinco anos de idade,
idosos a partir de 60 anos, professores, pessoas com deficiência e
profissionais de museus e de turismo não pagam. Às terças-feiras a entrada é
gratuita.
Fonte:
Secretaria de Turismo de Pernambuco Seturel-PE/Fotos: Hélia Scheppa/SEI.
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