"Passei a infância toda achando que a minha mãe gostava de pés de galinha.
Comia com tanto gosto, chupava até os
ossinhos.
"Ninguém
come os pés, são meus"- dizia.
Toda
a carne dividia: Peito, coxas e titela, fígado, coração e muela, mas os pés, os
pés era só pra ela.
Depois
de todos servidos, então sentava e comia. Mas o tempo foi passando, a criançada
crescendo. Os maiores trabalhando, a vida foi melhorando. Depois de uma
infância dura, começamos ter fartura. Vi minha mãe na cozinha. Tratando de
uma galinha e, ao contrário de outrora, flagrei aquela velhinha jogando os
pezinhos fora.
Ao
notar o meu espanto. Aquele coração santo da minha doce mãezinha apressou-se em
explicar:
Meu
filho, eu nunca gostei de pé de galinha. É que a carne era tão pouca, pra
tantas bocas não dava. E pra você não ficar triste
eu fingia que gostava."
eu fingia que gostava."
Fonte do texto: O texto é atribuído autoria de Bernardo Alves/Imagem: Reprodução.
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