Na
manhã da última terça-feira, 29, o Brasil parou com a notícia do acidente aéreo
com a delegação da Chapecoense que matou 76 pessoas na cidade de La Unión,
próximo a Medellín, na Colômbia. O acontecimento foi um dos assuntos mais
comentados na imprensa nacional e internacional
Grandes
tragédias costumam criar uma mobilização em massa, algo que os especialistas
chamam de luto coletivo. Há um ano, a série de
ataques terroristas em Paris, que vitimou 140 pessoas, mobilizou milhares
de pessoas ao redor do mundo. No mesmo mês, o Brasil lamentava a perda
de 17 vítimas do rompimento da barragem da mineradora Samarco,
em Mariana, Minas Gerais. Em 2013, o país parou por conta do incêndio da Boate
Kiss, que matou 242 pessoas, em Santa Maria, no Rio Grande do Sul.
A
morte de pessoas públicas desencadeia um efeito similar. Ao
longo das últimas duas décadas, mortes como a do piloto Ayrton Senna,
Princesa Diana, dos músicos Mamonas Assassinas, Reginaldo Rossi e do político
Eduardo Campos, foram alguns dos casos que causaram maior comoção popular.
“Mesmo
que de maneira inconsciente, projetamos nossos lutos pessoais na perda dessas
pessoas”, explica Mariana Simonetti, Psicóloga do Luto do Grupo Vila.
“Quando um artista morre ou há uma grande tragédia, é natural buscarmos
uma identificação pessoal. Lamentamos então a perda de alguém que tem a nossa
idade ou a idade dos nossos filhos, que tinha vínculos fortes com a família ou
uma trajetória que admiramos”, explica.
O luto coletivo permite
também que cada indivíduo elabore melhor suas perdas pessoais. Por
diversas razões, é comum que as pessoas tenham dificuldade de vivenciar o
processo do luto causado pela morte de um amigo ou parente de maneira
adequada e, com isso, reprima sentimentos. A identificação gerada com a
perda de um ídolo e a sensação de acolhimento ao perceber que diversas outras
pessoas vivenciam a mesma dor, pode ajudar a fechar esse ciclo.
“Essas
situações fazem com que as pessoas pensem na morte de uma maneira coletiva.
Este é um assunto sobre o qual evitamos falar, mas o luto vivenciado
por milhares de pessoas ao mesmo tempo nos leva a refletir sobre a nossa
própria finitude”, explica Mariana.
Fonte do texto: Anderson Lima/Brava Comunicação.
Imagem: Reprodução.
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