Nos
últimos anos novembro tem sido marcado pela Black Friday que, atualmente, se
estendeu para todos os setores do mercado, inclusive o de turismo – somente no
ano passado mais de 50 empresas do ramo aderiram à data. Faltando quase um mês
para o início das férias escolares e o recesso de fim de ano em muitas
empresas, as agências de viagens, companhias aéreas e programas de milhagem
apostam na data para promover ofertas e descontos e alavancar as vendas para
datas consideradas de altíssima temporada como o natal, réveillon e carnaval.
Pesquisas
revelam que o consumidor está se planejando cada vez mais para as compras,
especialmente em relação ao preço – a procura por este quesito aumenta
aproximadamente 60% a cada ano – e isso se intensifica durante períodos de
grandes promoções como a Black Friday, que confirma sua importância através do
volume de buscas do Google: o mês do evento é o que há maior concentração de
várias categorias no ano, inclusive é o dia com mais buscas por passagens
aéreas e programas de milhagem. Além de grandes ofertas em pacotes de viagem e
descontos em passagens aéreas, o cliente também encontra benefícios através de
programas de fidelidade, que permitem um maior acumulo de milhas.
Black Friday no Brasil
A
sétima edição da Black Friday nacional – que acontece sempre na última
sexta-feira do mês de novembro, desde 2010 – será das 00h às 23h59 do dia 25. A
data, inspirada na tradição americana, se consolidou no Brasil através do
e-commerce e já se tornou uma das principais ações comerciais do país,
representando a segunda época do ano mais importante, tanto para o varejo
online quanto físico. O evento cresceu gradativamente ao longo dos anos, de
cerca de R$ 3 milhões movimentados no início saltou para R$ 1,5 bilhão de
faturamento em 2015, período em que o país atravessava um dos piores momentos
da crise econômica que vem enfrentando. Diante disso, a expectativa para as
vendas deste ano é grande. O mercado está otimista e, ainda que o cenário
econômico do país continue conturbado, espera movimentar cerca de R$ 2 bilhões
com as promoções.
Mercado
atual
As
buscas do Google, site de pesquisa mais acessado no Brasil e no mundo, apontam
que os brasileiros se mostram interessados desde os dias que precedem a data
até dias depois da sexta feira de promoções. O estudo inédito, divulgado pela
empresa, revela o comportamento do consumidor em relação a Black Friday – tanto
online como off-line – e afirma que a adesão ao evento é crescente no
país, tanto que, dos 40 milhões de consumidores online, três quartos já
participaram de alguma edição. Esse número saltou de 22% em 2012 para 64% no
ano passado. A data abre o período de alta temporada quanto a intenção de
compras, que se mantém forte até o Natal.
Programas
de fidelidade
A
pesquisa indica que atualmente a forma de pagamento mais utilizada durante a
Black Friday é o cartão de crédito – 61% das pessoas optam por parcelar e 33%
pagam a vista. O primeiro fator considerado determinante na hora de fechar o
negócio é o preço (42%), e o segundo é a possibilidade de parcelamento (21%).
Porém, não é apenas por esse motivo que o intermédio do cartão se torna mais
atraente, pois, além de representar uma segurança maior, especialmente em casos
que é necessário o cancelamento da compra e estorno do valor, ainda oferece
vantagens ao consumidor através do acúmulo de pontos dos programas de
recompensa.
Dados
da Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs)
apontam que as transações realizadas com este método de pagamento cresceram
6,2% no último ano. Em vista disso o mercado tem se expandido e dado lugar a
novas parcerias e condições de resgates. Com a variedade de ofertas cada vez
maior, o acúmulo de pontos também disparou: indicadores da Abecs mostram que no
primeiro semestre do ano o valor transferido para os participantes deste tipo
de programa aumentou mais de 23% comparado ao último semestre de 2015.
De
acordo com Francisco Lobo, diretor da empresa Cash Milhas, especializada no setor, períodos como a Black
Friday – em que além do consumidor ter grande intenção de compra ainda dá
preferência ao cartão de crédito – representam grandes oportunidades para os
participantes dos programas de fidelidade, pois muitas operadoras lançam
promoções e condições especiais para atrair um número maior de pessoas. “Hoje
em dia a fidelização representa muito mais do que a concessão de descontos em
passagens aéreas. O mercado segue forte graças a diversificação dos serviços,
por isso grande parte das compras por meio do cartão aumentam a pontuação e os
clientes podem escolher a melhor maneira de utilizar esses benefícios que
configuram, até mesmo, chances de conseguir um dinheiro extra” – Explica.
Monetização
Atualmente
os programas de fidelidade movimentam grandes quantias. Indicadores revelam
que, apenas em 2015, o faturamento alcançou cerca de R$ 5 bilhões. Para as
companhias aéreas há três grandes responsáveis pelo aumento da receita: o spread,
que consiste na diferença entre o valor recebido pelas milhas administradas e o
valor pago pelas passagens que o cliente resgata; o float, lucro com a
aplicação do dinheiro das milhas antes do resgate; e a taxa de breakage, que
gera ganhos para as empresas do ramo a partir dos pontos expirados. Este último
fator representa perdas consideráveis para os clientes, mas é sinônimo de
rentabilidade para as companhias aéreas, pois, os pontos perdidos pelos
participantes fazem com que a companhia não tenha nenhuma despesa em cima
disso, somente lucros.
Dados
do Banco Central mostram que quase 169 bilhões de milhas acumuladas entre 2010
e 2014 expiraram por falta de uso – equivalente a 17% de todo o volume gerado
no período. Contudo, diversas operadoras têm feito promoções para atrair os
consumidores, já que neste meio é o fidelizado quem escolhe a empresa que
prefere negociar seus pontos. Lobo ressalta que é importante pesquisar as
vantagens oferecidas e não deixar o resgate para a última hora. Outra opção é a
negociação de milhas “O cliente muitas vezes esquece de que ele também paga
pelo programa, pois os cartões que dispõem desse benefício cobram anuidades
mais caras que os demais, portanto, uma boa alternativa para quem está com o
saldo a expirar ou simplesmente quer ampliar o orçamento é a monetização que,
muitas vezes, oferece valores equivalentes ou até superiores aos descontos e
prêmios concedidos pelas companhias aéreas”.
Fonte: Cash Milhas
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