Sintomas que você deve observar na criança com suspeita de dificuldade sensorial

17 agosto 2016 | Postado por casinhadacys

como identificar criança com suspeita de dificuldade sensorial
Normalmente as famílias me procuram porque seus filhos estão apresentando alguma dificuldade com sua alimentação. Em muitos casos essa “dificuldade” faz parte de um quadro bem maior, que envolve todo o desenvolvimento da criança.
Um dos aspectos bastante frequente e que costuma interferir em toda a rotina e bem estar da criança e da sua família, são as alterações no Processamento Sensorial.
Embora frequente na criança com dificuldade alimentar, poucos profissionais sabem identificar precocemente, o que dificulta ainda mais o diagnóstico e tratamento, agravando ainda mais o problema. Muitas crianças são rotuladas como “birrentas”, difíceis ou “mimadas” e impossíveis de serem controladas. Muitas famílias restringem seu convívio social por não conseguirem controlar os comportamentos inadequados dos seus filhos. Muito desses comportamentos tido como incontroláveis, a agitação ou apatia frente a determinadas situações da vida diária, podem ser sinais de alteração do processamento sensorial.

Os 10 sinais e sintomas que consideramos importantes serem observados quando se suspeita de uma dificuldade sensorial:
1.Dificuldade com tarefas de cuidados pessoais, mais especificamente como escovar os dentes, cortar o cabelo, as unhas, lavar os cabelos e o corpo. Estou falando aqui de realmente não gostar, uma aversão significativa tamanha que podem ser necessários vários adultos para segurar uma criança para que suas unhas sejam cortadas. A família pode até ter parado de tentar cortar os cabelos da criança ou dar um banho de banheira, porque a criança nesses casos tem seu comportamento muito alterado, ficando nervosa, agitada e muitas vezes incontrolável quando exposta a essas situações.

2.Criança seletiva para comer. Recusar certas comidas pela textura (cremosa / crocante / com grumos) ou resistir a certos sabores e temperaturas. Infelizmente, este ponto pode ser difícil, porque muitas crianças são seletivas. Mas mais uma vez, estamos falando de dificuldades significativas para comer, do tipo que faz com que a rotina da família e/ou a nutrição da criança seja(m) afetada(s). Podemos ver uma criança só querendo comidas crocantes (biscoitos, chips…) ou que não come comidas com várias texturas diferentes, como um pão com patê. Às vezes, algumas crianças têm a tendência a só aceitar alimentos de uma determinada cor, ou marca e/ou formato específico. Outras crianças podem resistir a certas temperaturas (só aceitam o alimento a uma determinada temperatura, ou quente ou frio, ou ainda apenas em temperatura ambiente).

3.Extrema dificuldade em ter o rosto ou as mãos sujas durante brincadeiras ou durante o momento da alimentação. Ouço pais dizerem “Se ele suja as mãos de comida, ele fica reclamando e chacoalhando as mãos até que eu as limpe”. Essas crianças também podem resistir a aceitar alimentos na forma de purê ou cremosa.

4.Não gostar de brincar com areia, de passar loções na pele ou usar roupas feitas com certos tipos de tecido. Frequentemente, crianças com sensibilidade tátil ou defensividade tátil, evitam atividades onde substâncias/coisas fiquem grudadas às suas mãos. Essas atividades (pintura com dedo, brincar na areia ou com creme de barbear) geram inputs táteis, que são mais difíceis de serem interpretados pela criança com dificuldade sensorial.

5.Demonstrar medo quando são movimentadas para trás em atividades diárias e ou lúdicas. Estes comportamentos podem ser indicadores que estas crianças não entendem sua relação com a gravidade como resultado de um processamento vestibular ineficiente. Frequentemente, essas crianças têm um histórico de relutar para trocar a fralda, enxaguar o cabelo no banho e/ou brincar no parque com determinados brinquedos.

6. Demonstrar medo ao ter os pés retirados do chão (brincar no balanço, de cavalinho, descer do meio-fio). Mais uma vez, estes são comportamentos que podem indicar que a criança não está processando adequadamente os inputs de movimento vestibular e que ela não entende a diferença de estar em um degrau de 10 cm e uma trava olímpica de 120 cm de altura.

7. Escalar / pular / cair constantemente a ponto de a criança ter dificuldade em ficar parada para completar uma atividade simples e apropriada para sua idade. Este ponto também pode ser difícil de interpretar porque é esperado que crianças mais novas ainda estejam aprendendo a parar e realizar atividades recreativas simples. Então, o que estamos buscando ver, é uma criança que procura tanto se movimentar que ela tem uma dificuldade significativa em realizar uma atividade sentada por mais de 1 ou 2 minutos. Nós também estamos buscando ver se essa criança tem dificuldade em permanecer sentada à mesa no momento da refeição, se ela se afasta da família com frequência quando em lugares públicos e sobe/escala móveis da casa demasiadamente.

8.Procurar girar, balançar ou realizar outras atividades se movimentando excessivamente. Estes tipos de comportamento podem indicar que a criança tem um input de processamento vestibular ineficiente e como resultado, tem uma necessidade extra de se movimentar para tentar modular seu nível de agitação. Perceba se a criança gosta de ficar girando em círculos, ficar correndo no tapete da sala ou dirigindo ao redor de algo com brinquedos, com uma “motoquinha”, por exemplo.

9.A criança apresenta dificuldade para permanecer sentada por longos períodos de tempo. Crianças com processamento vestibular ineficiente muitas vezes possuem baixo tônus muscular. Nós descrevemos estas crianças como tendo aparência hipotônica e parecem movimentar suas articulações além do normal.

10. Dificuldade com transições e com o sono, às vezes podem ter relação com processamento sensorial ineficiente. Essas crianças podem ter problemas em filtrar todas as informações sensoriais recebidas do ambiente, assim como dos seus próprios corpos. Nós chamamos esta habilidade de autoregular nosso nível de agitação, de “modulação”. Crianças com dificuldade de modulação frequentemente têm dificuldade de se acalmar, têm acessos de birra/raiva , têm dificuldade de permanecerem adormecidos e têm dificuldade em transacionar entre tarefas e atividades.


Fonte: Encontramos este texto publicado na página do Instituto Infantil que você pode conferir acessando AQUI. O texto foi adaptado pela Fonoaudióloga Dra. Patrícia Junqueira. Ele originalmente foi publicado AQUI.




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