Caixas
de som, maletas e bonecos de personagens de blockbusters e desenhos
animados. Esses e outros “brindes” presentes nos já tradicionais ovos de Páscoa
costumam fazer a cabeça de crianças e jovens adultos que buscam os produtos de
olho mais nos mimos que no chocolate em si. Mas atender a esse desejo, quando
ele vem da criança, pode ser considerado um erro? Vai depender da situação,
conforme explica a psicóloga Bruna Vaz, do CPPL. “Os pais atenderem sempre o
que os filhos desejam não é bom para a criança. Mas se o filho pediu um ovo de
Páscoa e a compra está dentro das possibilidades da família, não vejo problema
em realizar essa compra”, afirma.
A
psicóloga alerta para os momentos em que a criança pedir algo excessivo ou fora
do orçamento familiar. “É importante explicar para a criança que não é
possível. Se tiver irmãos, falar que ela precisará comprar para o irmão também
e assim trazer a possibilidade de se dividir um ovo de Páscoa, comprar outro ou
mesmo não realizar a compra”, explica. “O importante é que a criança compreenda
que nem todos os seus desejos podem ser realizados, que existem limites e que
isto não é o fim do mundo”, completa Bruna.
Para
a profissional, é preciso que os pais ajam com bom senso e pensando de forma
crítica sobre a aquisição do produto para a criança. “Será que a criança
precisa daquele produto? Será que ele é adequado? Será que estou querendo
compensar algum momento que não pude estar com meu filho? Ou será que porque o
coleguinha dele tem, ele também precisa ter? Acredito até na possibilidade de
perguntar à criança porque ela quer aquele ovo de Páscoa e, com isso, ir
desenvolvendo essa capacidade na criança de saber o que ela quer ou se quis
aquele produto apenas porque viu na internet, revista ou TV”, diz a psicóloga.
É
importante que os pais entendam que não é possível dar tudo o que o filho
deseja. “Precisam acreditar que o excesso é prejudicial e observar como o
brinquedo da moda, ou o mais caro, normalmente é deixado de lado pouco tempo
depois”, afirma a psicóloga. “E precisam acreditar também que é o brincar
criativo que mais contribui para a formação do caráter da criança. E para isso,
às vezes, é necessário muito pouco para satisfazer, efetivamente, as
necessidades da criança”, finaliza a psicóloga Bruna Vaz, do CPPL.
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