As
mulheres têm ocupado cada vez mais espaço em posições de destaque nas empresas.
A dedicação à vida profissional, no entanto, pode gerar um dilema entre algumas
dessas profissionais: como conciliar o sucesso na carreira com a maternidade
sem prejudicar nenhum dos dois lados dessa equação. De acordo com a psicóloga
Valesca Victor, do CPPL, os efeitos da maternidade eram mais evidenciados na
vida profissional das mulheres até a década de 1970, quando era
responsabilidade e prioridade delas cuidar do lar e dos filhos.
A
virada veio a partir de meados dos anos 1980, quando o trabalho e a atividade
fora de casa se tornaram tão importantes para as mulheres quanto à maternidade.
"De lá para cá tem se observado certo adiamento da maternidade frente às
necessidades econômicas, aumento da renda familiar e carreira, com consequente
aumento da idade em que as mulheres decidem engravidar", afirma à
psicóloga. "Se por um lado, essas questões podem adiar o projeto da
maternidade, são elas também que estimulam e favorecem as mulheres na volta ao
trabalho de forma mais rápida, pelas responsabilidades e compromissos assumidos
e pelo lugar de prioridade que cada vez mais sua carreira ocupa",
completa.
Segundo
a profissional, a decisão pela maternidade exige um redimensionamento dos
projetos profissionais, uma vez que a mulher vai precisar de espaço e tempo
para se dedicar e se devotar ao bebê, bem como de supri-lo em todos os cuidados
necessários. "Durante a licença-maternidade, vive-se a suspensão da vida
profissional e a dedicação exclusiva ao bebê. Passado esse tempo, há de se
fazer um retorno paulatino às atividades e a volta ao trabalho se dará de forma
gradativa", explica Valesca Victor. "No entanto, frente ao lugar
ocupado pela mulher na força de trabalho e ao lugar de destaque em que se tem
colocado sua carreira ao longo das últimas décadas, a retomada é estimulada por
toda uma estrutura já existente e que se amplia cada vez mais", explica a
psicóloga ao enumerar questões como a existência de estruturas como berçários e
creches, que podem se ocupar das crianças enquanto as mães trabalham, a
participação crescente dos pais nos cuidados e responsabilidade com os filhos.
"O
processo de retorno e dedicação ao trabalho e a forma e o tempo em que ele se
dá é proporcional ao suporte dado à mulher pelo companheiro e familiares",
avalia Valesca Victor. "Décadas atrás, ficava sob a responsabilidade
efetiva da mulher cuidar dos afazeres domésticos e dos filhos. Atualmente,
percebe-se claramente uma mudança e reconhecimento da capacidade produtiva e
econômica das mulheres no mercado de trabalho, o que redimensiona e favorece a
divisão de responsabilidades no âmbito das ações no lar e educação e cuidado
com os filhos", explica a profissional, que completa: "O pai/companheiro
tem sido cada vez mais convocado pelas mulheres a participar e dividir as
funções, atuando como parceiro nesse processo de maternidade".
Por
fim, a psicóloga avalia: "Faz toda diferença quando o projeto maternidade
é encabeçado como um projeto do casal, porque lança e convoca o pai desde o
princípio a se implicar e a participar das atividades e cuidados com o bebê.
Nesse sentido, é fundamental que as mulheres também empreendam e favoreçam a
entrada do pai, possibilitando que ele vá desde o princípio participando das
rotinas e ocupando seu lugar frente à criança e podendo dar continuidade quando
a mãe se ausentar pela volta ao trabalho. É fundamental essa parceria pai e
mãe, não só no que tange aos cuidados e dedicação à criança, como para a
relação do casal e estruturação familiar".
Texto
informativo Brava Comunicação.
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