Temido
por muitos, sobretudo pela falta de informação, o diabetes é uma doença metabólica
onde ocorre elevação dos níveis de glicose no sangue, chamada hiperglicemia.
Esse aumento se dá pela falta de produção da insulina ou emprego inadequado da
insulina produzida pelo organismo. A insulina é o hormônio responsável por
regular a entrada de glicose (açúcar) para as células. “Esse processo
ocorre durante a digestão, quando os alimentos são transformados em açúcar, que
é absorvido para o sangue e se apresenta como fonte de energia para o corpo”, explica
a endocrinologista Alyne Teixeira, do Hospital Esperança Olinda.
De
acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), mais de 13 milhões de
pessoas vivem com a doença no país. No entanto, muitas dúvidas surgem ao
receberem o diagnóstico. A principal delas é em relação à ingestão de açúcar.
“A primeira coisa que muitos pacientes perguntam é se vão deixar de consumir
sobremesas e bebidas adoçadas com açúcar”, diz a endocrinologista. O
planejamento alimentar do diabético pode sim incluir doces, em alguns casos,
desde que a doença esteja controlada e ele seja acompanhado regularmente pelo
médico. “Eventualmente e em pequenas porções, uma sobremesa ou mesmo chocolate
pode ser ingerido pelo diabético”, esclarece.
Entretanto,
para controlar a taxa de glicemia no sangue, a primeira recomendação é evitar o
açúcar, o que inclui açúcar mascavo, mel e, até mesmo, a ingestão de algumas
frutas, pois a frutose também é um tipo de açúcar. “Para os pacientes que não
conseguem ingerir alimentos não adoçados, pode-se indicar adoçante, mas em
quantidades moderadas”, explica a médica. Outra recomendação é em relação aos
carboidratos. O diabético precisa ter cautela ao consumir batatas, massas, pães
e outros alimentos feitos com farinha branca, que apresentam alto índice
glicêmico. Refrigerantes e outras bebidas adoçadas – como sucos industrializados
– também devem ser evitadas. “Os grandes aliados dos diabéticos são os vegetais
e alimentos fontes de fibras, que retardam a absorção de açúcar pelo organismo
e auxiliam a ação da insulina”, aponta.
Outra
grande dúvida é sobre a necessidade das injeções de insulina. Os
portadores do diabetes tipo 1 é que precisam das injeções diárias de insulina
para manterem a glicose no sangue em valores normais, uma vez que o pâncreas
não produz insulina suficiente para o organismo por suas células sofrem uma
destruição autoimune. O diabetes tipo 1 ocorre em qualquer idade, porém é
mais frequente em crianças e adolescentes, acometendo cerca de 10% da
população do país, de acordo com a SBD.
No
entanto, a apresentação mais comum da doença é a do tipo 2, onde há a presença
da insulina, mas sua ação é dificultada por fatores como a obesidade e o
sedentarismo, sobretudo. “Esses são os principais fatores de risco”, alerta a
médica. Além de dieta rica em açúcar e gordura e falta de exercícios
físicos, outros fatores de risco para desenvolver o diabetes tipo 2 são
histórico familiar e idade (pessoas acima dos 45 anos). Como geralmente
não apresenta sintomas, a maioria dos pacientes desconhece a presença da
doença. Por isso é tão importante a regularidade das consultas médicas e
realização de exames. Dentre os perigos de uma identificação tardia
destaca-se que pacientes com diabetes tipo 2 não diagnosticado têm maior risco
de apresentar doenças cardiovasculares, como acidente vascular cerebral (AVC) e
infarto do miocárdio.
Nenhum comentário:
Postar um comentário