A
cultura pernambucana tem encontro marcado no Festival de Inverno de Garanhuns,
que em 2015 chega à sua 25ª edição, de 16 a 25 de julho. Um dos maiores
festivais de Cultura do Brasil volta à cena do inverno no agreste pernambucano
para celebrar, ao lado de milhares de pessoas, todas as linguagens da arte.
Somente na área de música, serão cerca de 220 apresentações, espalhadas em seis
palcos e uma igreja – onde acontecem duas mostras de música erudita. O 25º FIG
também irá celebrar o teatro, dança, circo, cinema, literatura, artesanato,
cultura popular, design, moda, fotografia, artes visuais, as comunidades
tradicionais, os pontos de cultura, os patrimônios imateriais, além de promover
dezenas de atividades formativas. São
16 polos culturais, espalhados por toda cidade, que estará decorada por uma
cenografia especial, inspirada nos quilombolas e na diversificada cultura
popular do estado.

O FIG é uma realização do Governo de Pernambuco, através da
Secretaria de Cultura e Fundarpe, em parceria com a Prefeitura de Garanhuns.
Este ano, o festival conta com a importante parceria do SESC de Garanhuns, que
entra na programação com duas exposições.
Você pode conferir a programação completa do evento acessando AQUI.
Homenagem
A
escritora pernambucana Luzilá Gonçalves, natural de Garanhuns, é a homenageada
do FIG este ano. Luzilá vive no Recife desde os seis anos de idade, mas nutre
até hoje tanto amor por Garanhuns que seu projeto atual é um romance sobre a
fundação da cidade, através da história da índia Simoa Gomes, que doou um
terreno central, que serviu para a construção da antiga igreja de Santo
Antônio. Outra importante homenagem a
Luzilá Gonçalves acontecerá na abertura do FIG, na quinta (16), às 19h, no
Teatro Luiz Souto Dourado. Nesta ocasião, o público prestigiará o show
Porcelana, de Alaíde Costa e Gonzaga Leal, com a participação da atriz Ceronha
Pontes, recitando textos de Luzilá.
Música
São
seis os palcos do Festival de Inverno de Garanhuns: Mestre Dominguinhos (antiga
Esplanada Guadalajara), Pop e Forró (instalados no Parque Euclides Dourado),
Instrumental (no Parque Ruber Van Der Linden), Cultura Popular (no centro da
cidade) e ainda o Palco Mamulengos e Pontos de Cultura (também no Parque
Euclides Dourado). O XI Virtuosi na Serra e o Conservatório Pernambucano de
Música levam, ainda, concertos eruditos para Igreja de Santo Antônio. No palco
Mestre Dominguinhos, que chega a reunir até 30 mil pessoas a cada noite, a
ideia este ano foi construir um mosaico da música regional e brasileira, com
perfis bem definidos, a cada noite.
Participam
do FIG 2015, artistas admirados em todo o Brasil como Ana Carolina, Mundo
Livre, Pitty, Lenine, Racionais MC’s, Joana, Banda Calypso, A Cor do Som, David
Moraes e Moraes Moreira, Mariana Aydar, Zezé Mota, Capital Inicial, entre
outros. Além de agradar a um público mais amplo e diversificado, as noites na
Praça Mestre Dominguinhos terão muita personalidade. É o caso da referência à
cena paraense, na sexta-feira (17), quando a malemolência da Ska Maria
Pastora abre para o projeto inédito de Fafá de Belém com seus
conterrâneos Manoel e Felipe Cordeiro, com quem está gravando novo
trabalho. A noite será encerrada pela banda Calypso, que representa o que de
mais pop a música paraense já produziu.
No
sábado (18), vai acontecer um encontro de pernambucanos de três gerações e que
vem construindo carreiras sólidas e relevantes para a música contemporânea
brasileira. Estamos falando do encontro da banda Eddie, com Orquestra
Contemporânea de Olinda (lançando terceiro álbum da carreira, Bonfim) e Lenine.
Na segunda-feira (20) haverá mais uma noite de destaque, desta vez, marcada por
uma afirmação política através da música, produzida pelos artistas das
periferias brasileiras. Trata-se do punk rock dos Devotos – banda
recifense do Alto José do Pinho – com os rappers paulistas do Capão Redondo, do
Racionais MC’s, uma das mais importantes bandas do hip hop brasileiro da
atualidade.
O
Palco Dominguinhos abre espaço ainda para noite romântica, forrozeira, de
sambas e de mais música autoral pernambucana, com destaque ainda para Isaar e
Voz Nagô, Lucas e Orquestra dos Prazeres, DJ Dolores, Bonsucesso Samba Clube,
Mombojó, Herbert Lucena e Adiel Luna.
Palco
Pop - Muitos artistas chegam ao FIG para lançar novos trabalhos. O Palco
Pop é endereço certo do que de mais recente está acontecendo no cenário
regional e brasileiro. Destaque para os shows dos pernambucanos Graxa, Ave
Sangria, Isadora Melo, Rua (lançando CD novo no FIG), Publius (também
lançando CD), Silvério Pessoa (com disco novo em homenagem a Jackson
do Pandeiro) e Johnny Hooker, cantor recifense radicado no Rio de
Janeiro, vencedor do 26° Prêmio da Música Brasileira pelo disco Eu Vou
Fazer Uma Macumba pra Te Amarrar Maldito. No show, ele inclui os sucessos Volta
(trilha do filme Tatuagem), Alma Sebosa (trilha de Geração Brasil) e Amor
Marginal (trilha da novela global Babilônia). A cantora paulista Tiê e
o catarinense radicado em Maceió, o cantor Wado, também são destaques na
programação.
Instrumental
– Lugar para os que apreciam uma música mais fora do circuito comercial, o
Instrumental, localizado no charmoso Pau Pombo, destaca-se este ano pelos
projetos especiais, que reunirão instrumentistas que nunca tocaram juntos, o
que, além de ser um presente para o público, promoverá importantes trocas entre
os artistas. É o caso do Frevotron, que irá juntar o maestro Spok, seu filho, o
guitarrista Yuri Queiroga, e o DJ Dolores. O projeto 3D também reunirá
virtuoses numa mesma apresentação, igualmente inédita: Bráulio Araújo, Jeovah
da Gaita e Renato Bandeira. Até mesmo o maestro Duda vai encarar uma nova
apresentação, associando-se a um quinteto, no show Pernambuco Sonoro.
Artes Cênicas
O
FIG irá receber uma das mais importantes montagens de João Falcão, o espetáculo
Gonzagão, a Lenda, que faz uma encenação da poética da obra de Luiz Gonzaga.
Por conta da complexidade do espetáculo, ele será encenado no Palco Pop. No
circo, importante destacar a presença dos Irmãos Brothers (RJ), do Circo
Malabarístico dos Irmãos Becker (SP), além das tradicionais famílias circenses,
como a Família Vidal, 5ª Geração no Picadeiro, do Disney Circo, e da Família
Alves, ambas de Pernambuco. Na área da dança, importante registrar a presença
da companhia mineira Ressonâncias, com um espetáculo de dança de rua. Presenças
também confirmadas do Balé Popular do Recife e da Cia. Pé-Nambuco de Dança, com
o espetáculo afro Majho Majhobê Olubajé.
Literatura
Escritores
contemplados com o II Prêmio Pernambuco de Literatura, além do escritor
paulista Ricardo Lísias são atrações confirmadas na programação literária deste
ano. Projetos como o “A Gente da Palavra” (Secult-PE com participação dos
poetas Joy Carlu, André Monteiro, Clécio Rimas e Wilson China) e “Cápsulas
Sentimentais”, de Julya Vasconcelos, também prometem espalhar poesia por toda a
cidade.
Artes Visuais
As
mostras de artes visuais, moda, design e fotografia do FIG acontecem, mais uma
vez, na Casa Galeria Galpão, de 19 a 25 de julho. Destaque para Sonhadores, de
Daaniel Araújo. O artista trabalha com o sonho e a dimensão do sonhador. Na
Galeria, ele irá apresentar uma exposição que trará representação de pessoas
adormecidas e outros elementos que remetem ao ato de sonhar. Durante o
festival, através de arquivos de áudio coletados pela rede whatsapp, com os
visitantes do FIG, ele coletará narrativas de histórias sonhadas, que serão
reproduzidas durante os dias em que a instalação estiver montada. Performances,
intervenções e interações com os visitantes também integram a programação da
Casa. Além de cinco projetos na área de Design e Moda.
Importante
parceiro do festival, o SESC promove as exposições Um Itinerário Gráfico, de
Beatriz Milhares, e Relicário: Memórias e Afetos, com o acervo de Josevaldo
Araújo de Melo, ambas na Galeria Ronaldo White.
Audiovisual
O
cine Eldorado abriga este ano a 11ª Mostra de Cinema do FIG. Além da
programação de importantes e premiados filmes pernambucanos – tais como
Permanência, de Leo Lacca, Sangue Azul, de Lírio Ferreira e A História da
Eternidade, de Camilo Cavalcanti – este ano tem novidades. É a mostra Medonho
–
Mostra de Cinema de Horror de Garanhuns, que acontece dia 22, às 20h50, e
envolverá curtas metragens do gênero. A programação de audiovisual no FIG vai
abranger ainda o consagrado projeto Cinema na Estrada, que levará curtas de
animação e ficção para duas comunidades quilombolas de Garanhuns (Caluête e
Atoleiros) e uma cigana no município de Iati.
Formação Cultural
Trinta
ações formativas, entre oficinas e seminários, também chegam à Garanhuns com o
Festival de Inverno. Há opções de minicursos em diversas áreas culturais
(música, dança, teatro, artes visuais, cultura popular, fotografia, artesanato
etc) e também sobre elaboração de projetos do Funcultura, cultura digital e
gestão cultural. Este ano, para se inscrever em uma oficina, o interessado deve
doar um livro utilizado, em bom estado. A doação é voluntária, mas importante,
pois vai contribuir com a ação Escambo de Livros. Na sexta-feira, 17/7, em
parceria com a Secretaria Estadual de Educação, o FIG promove o seminário “MAIS
CULTURA – Cultura, Arte, Democratização e Participação Popular na Educação”,
voltado a professores da rede pública de ensino.
Patrimônios Vivos
O
FIG 2015 garante espaço e aplaude grandes mestres da cultura pernambucana. Oito
patrimônios vivos do estado vão se apresentar ao longo dos dez dias de
festival: Lia de Itamaracá, Caboclinho 7 Flexas, Maracatu Estrela Brilhante de
Igarassu, Clube de Alegorias e Críticas O Homem da Meia Noite, Clube Indígena
Canindé, Maestro Duda, Maracatu Estrela de Ouro de Aliança e o Maracatu Leão
Coroado. As netas de Dona Selma do Coco também cantam no Palco da Cultura
Popular em uma bela homenagem à “rainha do coco”, falecida no último 9 de maio.
Roda de Sanfona
Entre
as atrações do palco da Cultura popular está o projeto Roda de Sanfona, da
Prefeitura de Garanhuns. O projeto homenageará o mestre Dominguinhos e reunirá
sanfoneiros do agreste meridional. Da cidade de Correntes estão vindo
sanfoneiros como Clóves (Trio Asa Branca), José Pedro (Forró Pesado), Valmiro
Sobral (Forró Fenix), Zuza (Pé Quente), Ivan Maceió, Zé Mago e Cícero Basílio.
De Brejão, vem Basto Peroba, e de Bom Conselho chegará Trio Posa na Fulô.
Pontos de Cultura
O
V Casarão dos Pontos de Cultura do FIG se consolida como espaço para troca de
ideias sobre políticas culturais, formação e debate. Além das oficinas e
apresentações culturais, o Casarão promove este ano duas exposições: “Carnaval
em Foco: Imaginário Coletivo”, do Ponto de Cultura Oscip Diálogos; e “Mestres
da Memória”, do Ponto de Cultura Tecer. O espaço funciona de 20 a 24/7, com
visitação das 13h às 17h.
Artesanato
Tradicional
polo de comercialização de artesanato durante o FIG, o Pavilhão do Artesanato
no Parque Euclides Dourado abre no sábado (19) e segue até 26/7 com trabalhados
de mais de 20 artesãos do estado. Arte sustentável, joias, esculturas,
cerâmicas, peças indígenas, mamulengos e outras produções artesanais poderão
ser apreciadas no espaço, sempre das 14h às 22h.
Polo
Castainho – A programação voltada para as comunidades tradicionais da
região contempla, este ano, oficinas de percussão, dança afro, educação
patrimonial, além de apresentações de coco, afoxé, espetáculos de circo, dança,
teatro e mostras de cinema.
História do FIG
A
ideia da criação do Festival de Inverno de Garanhuns deve-se a um garanhuense
chamado Marcílio Reinaux, que no fim da década de 80 teve a inspiração de
realizar em sua terra natal uma festa de grande porte, nos moldes dos festivais
frios de Campos do Jordão. Em 1991, com o apoio do Governo do Estado, através
da Fundarpe, e em parceria com a Prefeitura de Garanhuns, o festival teve sua
primeira edição realizada, de 13 a 28 de julho. A repercussão positiva alcançou
todo país e Garanhuns logo entrou na rota de um dos mais importantes festivais
de inverno do país. O FIG, que nesta 25ª edição faz uma reverência à filha da
terra, a escritora Luzilá Gonçalves, já homenageou importantes nomes da cultura
pernambucana, a exemplo de Ariano Suassuna, Luiz Gonzaga, Janete Costa e Ivo
Amaral.
Fonte:
Portal da Cultura Pernambucana.
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