O
leite provido por uma mãe saudável, dentre vários outros benefícios, tem os
nutrientes exatos de que o bebê precisa nos primeiros seis meses de vida, mesmo
sem uma composição fixa (varia de mulher para mulher e tem relação direta com o
que ela come). Nenhuma
fórmula infantil substitui o leite materno à altura no que diz respeito à
composição. Só ele contém substâncias bioativas que afetam a diferenciação e a
proliferação das células que armazenam gorduras e o hormônio leptina,
importante regulador do apetite e da gordura corporal. Crianças
alimentadas com fórmulas durante os primeiros seis meses ingerem diariamente
cerca de 1,6 vez mais proteína por quilo de peso do que as alimentadas no seio
materno, conforme cita em estudos Ute Alexy, pesquisadora da Universidade de
Bonn, na Alemanha.
Ao
ingerir mais proteína do que o necessário, há possibilidade de aumento da
secreção de insulina, que, por sua vez, pode estimular a captação da glicose
pelas células e inibir o processo de lipólise (quebra de gordura), contribuindo
para o armazenamento de células gordurosas.
No
que diz respeito à aprendizagem do controle da saciedade, ao ser alimentada com
leite materno, a criança dá sinais claros de que está satisfeita. Mamar no seio
é mais trabalhoso e exige esforço, enquanto a sucção na mamadeira é mais fácil
e por isso a criança tende a tomar mais leite, bebendo, às vezes, mais do que
realmente precisa.
Vale
destacar ainda que o leite materno, por conta disso tudo, deve ser liberado
inclusive para recém-nascidos com sobrepeso.
Outro
ponto relevante é a exclusividade do leite materno até o sexto mês do bebê: se
a alimentação complementar é introduzida antes, os efeitos protetores do leite
são menores.
Cardápio especial nos
primeiros anos de vida
Quando
a introdução da alimentação complementar tem início depois dos seis meses da
amamentação exclusiva, os cuidados devem ser intensificados para a prevenção da
obesidade. Não faz sentido pensar que a criança já pode ser alimentada com o
cardápio familiar.
Na
primeira infância (entre 12 e 36 meses), ela tem necessidades nutricionais
diferentes das dos adultos porque está em fase de crescimento. Nesse período,
segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), o tamanho dela dobra, o cérebro
ganha, em média, um grama por dia, e o peso aumenta cinco vezes.
Confira a seguir outras
12 dicas para que seu filho não adquira peso além da conta e cresça com saúde:
1) Não
ofereça sucos e outros líquidos durante as refeições. A criança cria o hábito
de beber muito para deglutir os alimentos rapidamente e não mastiga. Bebidas
gasosas, nem pensar: além de interferirem no metabolismo ósseo e no esmalte dos
dentes, causam distensão gástrica, aumentando a capacidade de ingestão de
comida;
2) No caso de bebês alimentados com mamadeira, não engrosse o leite com
produtos industrializados, como farinhas infantis. Desse modo, estará
oferecendo mais calorias do que a criança precisa;
3) Não alimente a criança com sobremesa láctea após as refeições. Dê um
intervalo de, pelo menos, uma hora. O cálcio desses produtos interage com o
ferro presente na comida e isso prejudica a absorção de ambos no organismo;
4) Substitua a ingestão de salgadinhos, ricos em sódio e gorduras, por
pipoca feita com óleo de soja;
5) Livre-se do hábito de manter o saleiro à mesa;
6) Prefira
oferecer alimentos integrais. Eles são ricos em fibras e parte delas não é
absorvida pelo intestino, criando assim uma barreira para retardar a absorção
de açúcares e gorduras;
7) A
partir dos dois anos de vida, substitua laticínios integrais pelos com baixo
teor de gordura;
8) Organize
um ambiente tranquilo para o momento das refeições. Desligue a televisão para
que seu filho concentre-se no que está comendo e saboreie os alimentos;
9) Planeje
momentos para fazer caminhadas com as crianças, ainda que rápidas. Também vale
estimular o hábito de andar de bicicleta;
10) Limite
o tempo de lazer passivo a, no máximo, duas horas diárias. Isso significa
controlar o tempo que as crianças passam assistindo à televisão e brincando com
videogame e computador;
11) Até
os 11 meses de vida, proíba o consumo de açúcar. Não adoce o leite oferecido na
mamadeira;
12) Ofereça
alimentos variados e novos sempre, incluindo legumes e verduras em todas as
refeições. No início, cara feia é comum. Cada alimento deve ser apresentado
por, pelo menos, dez vezes, antes de ser taxado como não aceito pela criança.
Fonte:
Mulher Uol
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