Uma
das atitudes mais comuns nas crianças é
não falar a verdade quando a gente faz algum questionamento que poderia tornar
a resposta que ela emitir em alguma ação repressora ou de censura por parte dos
pais ou das pessoas que são responsáveis por elas. É
importante salientar que no contexto do universo infantil a mentira, em muitos
momentos, é fantasia ou imaginação. Assim, a criança não mentiu. O que
aconteceu foi uma elaboração de uma história imaginada por ela. A fantasia
inofensiva faz parte do desenvolvimento da criança. Crianças até 3 ou 4 anos acreditam muito em fantasia e não
têm discernimento para saber o que é realidade ou imaginação.
O fantasioso nega a verdade para si mesmo.
O mentiroso apenas para os outros.
Friedrich Nietzsche
Nas crianças maiores quando as mentiras são presenciadas, pelos pais ou responsáveis, espaçadamente, ou seja, quando não é uma ação deliberada constantemente pela criança em qualquer situação que ela se encontre, para muitos especialistas não é um sinal de problema ou de que algo não vem caminhando como deveria.
Evidentemente,
não é uma atitude correta e precisa ser corrigida pelos pais. É importante fomentar a honestidade de maneira adequada a idade da criança. Ela precisa entender que mentir não é algo que
devemos fazer, até mesmo para os
coleguinhas.
Agora
quando a mentira se torna algo frequente na vida das crianças é um alerta para
os responsáveis de que tem algo acontecendo na vida da criança. Piaget
(Jean William Fritz Piaget era filósofo, psicólogo e epistemoólogo suíço), acreditava que a mentira assume diversas formas durante o desenvolvimento da criança e faz parte das
etapas dele. De acordo com Winnicott (Donald Woods Winnicott, era pediatra
e psicanalista Britânico), a criança nasce indefesa. É um ser desintegrado que
percebe de maneira desorganizada os diferentes estímulos provenientes do
exterior. Winnicott acreditava que a
infância traz característica de ações anti
sociais, para ele esses atos não são conscientes.
Quando
uma criança mente ela tenta fornecer ao adulto uma explicação que ela não
encontra em si mesma, enquanto for obrigada a falar do que não sabe e temer as
consequências de não saber explicar o que fez. Segundo Freud (Sigmund Schlomo
Freud, criador da psicanálise), a mentira precisa ser entendida como uma defesa
da criança pequena a ação do adulto a ela. Para Freud crianças pequenas mentem
para imitar os adultos.
A
mentira é considerada patológica se acontecer
de forma crônica e compulsiva, como também quando for associada a outros tipos de sintomas como a
ansiedade, medo e falta de apetite e
precisa ser levada a sério pela família e buscar ajuda de um psicólogo.
Entre
os 7 a 11 anos uma criança já apresenta condições de compreender que mentir é ludibriar intencionalmente
a verdade, consequentemente não falar a
verdade passa a ser uma falta moral.
Os
pais devem estabelecer limites aos
filhos de acordo com a idade e capacidade do seu filho de assimilar as
regras estabelecidas. É fundamental não
fazer acusações e procurar fazer comentários que incentivem a confissão da
criança em dizer o que de fato aconteceu.
Mostrar
a ela como é importante aprender a falar a verdade e quando ela falar a verdade
elogiar a atitude da criança, mostrando
que ela foi corajosa e fez o certo em não mentir.
É
importante procurar estabelecer uma
relação de confiança mútua entre pais e filhos ou criança e responsável. Agora
uma coisa é certa, o exemplo dos pais é
importantíssimo para percepção da
criança e construção de uma pessoa que
fale a verdade, apesar das consequências que isso possa trazer para elas. Os
pais precisam falar a verdade para poder esperar o mesmo dos filhos.
Numa época de mentiras universais,
dizer a verdade é um ato revolucionário.
George
Orwell
![]() |
O Mentiroso” (Liar, Liar) |
O Mentiroso ("Liar, Liar", 1997)
O filme conta a história de Fletcher Reede (Jim
Carrey), um advogado, fica em uma situação delicada quando seu filho Max
Reede (Justin Cooper) ao soprar as velas
do bolo de aniversário faz um pedido: deseja que seu pai não minta por um dia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário